Quem tem Esquizofrenia pode beber? Saiba Mais

Descubra por que álcool e esquizofrenia não combinam. Riscos, interações medicamentosas e alternativas seguras para quem tem o transtorno.
quem tem esquizofrenia pode beber
O que esse artigo aborda:

Você ou alguém da família tem esquizofrenia? E aí bate aquela dúvida sobre beber uma cervejinha ou um vinho.

A resposta é direta: não é recomendado. E não estamos exagerando.

Vamos explicar tudo de forma simples. Por que é perigoso? O que acontece no corpo? E como lidar com isso no dia a dia?

Por que álcool e esquizofrenia não combinam?

O álcool mexe com o cérebro. A esquizofrenia também.

Quando os dois se juntam, é problema na certa.

O consumo de álcool não é indicado em nenhuma quantidade por pessoas esquizofrênicas, explica o psiquiatra Alexandre Proença.

O que acontece no cérebro

O álcool é uma substância depressora. Ele “acalma” algumas partes do cérebro.

Já os remédios para esquizofrenia fazem o contrário. Eles tentam equilibrar os neurotransmissores.

É como pisar no freio e no acelerador ao mesmo tempo.

Os riscos principais

1. Piora dos sintomas

Sintomas delirantes, como pensamentos de perseguição, desconfiança e até mesmo o ciúme patológico, podem piorar na associação entre a doença e o álcool.

2. Mais crises e surtos

O álcool pode desencadear episódios agudos. Sempre que meu esposo bebe, ele tem fortes crises, relata uma familiar.

3. Problemas no fígado

As medicações para esquizofrenia podem dar uma sobrecarga no fígado piorada pelo uso de álcool.

4. Medicação para de funcionar

Os efeitos desestabilizadores do álcool ganham e os efeitos protetores do remédio desaparecem.

Interação com os medicamentos: o perigo oculto

A maioria das pessoas com esquizofrenia toma antipsicóticos. São remédios como:

  • Risperidona
  • Olanzapina
  • Quetiapina
  • Haloperidol
  • Clozapina

Esses medicamentos potencializam o efeito depressor do álcool, pois são, eles próprios, substâncias depressoras do sistema nervoso central.

O que pode acontecer

  • Sonolência extrema
  • Queda da pressão
  • Problemas para respirar
  • Convulsões
  • Perda de coordenação

É sério mesmo.

“Mas só uma cervejinha não faz mal, né?”

Essa é a pergunta que todo mundo faz.

A verdade? Não existe quantidade “segura”.

O consumo de álcool não é indicado em nenhuma quantidade por pessoas esquizofrênicas.

Pode parecer exagero. Mas os estudos mostram isso.

Por que nem “pouco” é seguro?

  1. Cada pessoa reage diferente – O que é “pouco” para um pode ser muito para outro
  2. O remédio amplifica o efeito – Uma latinha pode ter efeito de três
  3. Risco de recaída – Mesmo pequenas quantidades podem desencadear sintomas

O que é esquizofrenia? Entenda rápido

Para quem não conhece bem, a esquizofrenia é um transtorno mental.

Sintomas principais:

Positivos (que “aparecem”):

  • Alucinações (ouvir vozes)
  • Delírios (ideias que não são reais)
  • Pensamento confuso

Negativos (que “somem”):

  • Falta de motivação
  • Isolamento social
  • Pouca expressão emocional

A esquizofrenia geralmente evolui em episódios agudos que aparecem vários desses sintomas.

Álcool pode causar esquizofrenia?

Essa é outra dúvida comum.

O abuso de álcool pode aumentar até três vezes as chances do desencadeamento da esquizofrenia, segundo estudo da Universidade de Copenhague.

E o contrário também é verdade. Os pacientes esquizofrênicos são mais suscetíveis à dependência de bebidas alcoólicas.

É um ciclo perigoso.

Como lidar com eventos sociais?

“Mas e agora? Nunca mais vou poder sair?”

Calma. Dá para ter vida social sim.

Dicas práticas

1. Seja transparente

  • Conte para amigos próximos sobre sua condição
  • Explique que não pode beber por questões médicas

2. Tenha alternativas

  • Refrigerante
  • Água com gás e limão
  • Sucos naturais
  • Drinks sem álcool

3. Chegue preparado

  • Coma antes de sair
  • Leve sua própria bebida se necessário
  • Tenha uma desculpa pronta (“estou de medicação”)

4. Não se sinta obrigado

  • Você não deve explicações para todo mundo
  • “Não bebo” é uma resposta completa

Sinais de que algo está errado

Se alguém com esquizofrenia bebeu, fique atento a:

  • Confusão mental maior que o normal
  • Agressividade
  • Paranoia intensa
  • Alucinações mais fortes
  • Sonolência excessiva

Nesses casos, procure ajuda médica.

Como a família pode ajudar

1. Não tenha álcool em casa

  • Evite tentações desnecessárias

2. Apoie nas decisões sociais

  • Acompanhe em eventos quando possível
  • Entenda se a pessoa quiser sair mais cedo

3. Converse abertamente

  • Fale sobre os riscos sem julgar
  • Ouça as dificuldades da pessoa

4. Procure ajuda profissional

  • Psiquiatra pode ajustar medicação
  • Psicólogo pode trabalhar estratégias

Mitos vs Realidade

MITO: “Vinho faz bem para o coração, então pode beber um pouquinho” REALIDADE: Para quem tem esquizofrenia, os riscos superam qualquer benefício

MITO: “Se parar o remédio por uns dias, pode beber” REALIDADE: Os sintomas psiquiátricos podem voltar de forma mais intensa

MITO: “Cerveja tem pouco álcool, não faz mal” REALIDADE: A quantidade de álcool não importa. O problema é a interação

MITO: “Todo mundo bebe, vou ficar excluído” REALIDADE: Verdadeiros amigos respeitam suas limitações

Quando buscar ajuda urgente

Ligue para emergência (192) se a pessoa apresentar:

  • Dificuldade para respirar
  • Perda de consciência
  • Convulsões
  • Comportamento muito agressivo
  • Ideias de se machucar

Não espere “passar”. É melhor pecar pelo excesso de cuidado.

Tratamento da dependência alcoólica em esquizofrênicos

A Medicina já desenvolveu tratamento adequado tanto para o alcoolismo quanto para a esquizofrenia, e mesmo para a ocorrência simultânea de ambos.

O tratamento é possível. Mas precisa ser especializado.

Como funciona

  1. Desintoxicação médica – Em ambiente hospitalar
  2. Ajuste dos antipsicóticos – Para controlar os sintomas
  3. Terapia dupla – Para as duas condições
  4. Acompanhamento familiar – Suporte para todos

Alternativas para relaxar sem álcool

Muita gente bebe para relaxar. Mas existem outras formas:

  • Exercícios leves – Caminhada, alongamento
  • Meditação – Apps como Headspace podem ajudar
  • Hobbies – Pintura, música, leitura
  • Socialização – Conversar com amigos
  • Terapia – Profissional pode ensinar técnicas

O importante é encontrar o que funciona para você.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Posso beber álcool se estou me sentindo bem?

Não. Os sintomas da esquizofrenia podem estar controlados, mas os medicamentos ainda estão agindo. O álcool vai interferir de qualquer forma.

2. E se eu beber só de vez em quando?

Não existe “de vez em quando” seguro. Cada vez que bebe, você corre os mesmos riscos.

3. Meu médico pode liberar uma quantidade mínima?

O consumo de álcool não é indicado em nenhuma quantidade. Se seu médico diz isso, é por um bom motivo.

4. Posso parar o remédio para beber em uma festa?

Jamais. Os pacientes não devem interromper o tratamento de forma abrupta para fazer uso de bebida alcoólica.

5. Bebidas sem álcool são seguras?

Sim! Cervejas sem álcool, vinhos sem álcool e drinks mocktails são ótimas opções.

6. Como explicar para os outros que não posso beber?

Seja simples: “Estou tomando medicação que não combina com álcool” ou “Não bebo por questões de saúde”.

7. O que fazer se acidentalmente bebi?

Pare imediatamente. Beba água. Monitore os sintomas. Se piorar, procure ajuda médica.

8. Álcool pode causar uma crise de esquizofrenia?

Sim. O álcool pode desencadear surtos psicóticos mesmo em pessoas que estavam estáveis.

Conclusão: sua saúde em primeiro lugar

Olha, sabemos que não é fácil.

Viver com esquizofrenia já tem seus desafios. Ainda ter que abrir mão do álcool pode parecer injusto.

Mas pense assim: você está escolhendo sua estabilidade. Sua qualidade de vida. Seu bem-estar.

Os riscos são reais:

  • Piora dos sintomas
  • Interação medicamentosa perigosa
  • Risco de crises
  • Problemas no fígado

Mas as alternativas existem:

  • Vida social ativa sem álcool
  • Outras formas de relaxar
  • Apoio da família e amigos
  • Acompanhamento médico

Lembre-se: você não está sozinho nessa. Procure ajuda quando precisar.

E se alguém não entende sua decisão de não beber? O problema é da pessoa, não seu.

Sua saúde mental vale muito mais que qualquer bebida.


Disclaimer médico: Este artigo tem caráter informativo. Não substitui consulta médica. Sempre converse com seu psiquiatra sobre dúvidas relacionadas ao seu tratamento.

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