Receber o diagnóstico de transtorno bipolar pode gerar muitas dúvidas. Uma das primeiras perguntas que surgem é: qual o remédio certo para controlar a bipolaridade?
A verdade é que não existe um único remédio que funcione para todos os casos.
O tratamento medicamentoso do transtorno bipolar é individualizado e leva em conta o tipo de episódio (mania, depressão ou misto), a frequência das crises, a resposta do organismo e possíveis efeitos colaterais.
Mesmo assim, existem classes de medicamentos amplamente utilizadas e que têm eficácia comprovada.
Estabilizadores de humor
São os principais medicamentos para tratar e prevenir os episódios de mania e depressão.
mais conhecido é o lítio, que é utilizado há décadas com bons resultados.
O lítio ajuda a reduzir a intensidade das oscilações de humor e a prevenir recaídas.
Mas exige cuidado com a dosagem e acompanhamento regular, pois pode afetar rins e tireoide.
Outros estabilizadores de humor incluem:
- valproato de sódio (ácido valproico)
- carbamazepina
- lamotrigina
Esses remédios também são usados para tratar epilepsia, mas têm ação estabilizadora em casos de bipolaridade.
Antipsicóticos
Quando os episódios de mania são intensos, com agitação, impulsividade, delírios ou comportamentos perigosos, os antipsicóticos podem ser indicados.
Alguns dos mais prescritos são:
- olanzapina
- quetiapina
- risperidona
- aripiprazol
- ziprasidona
Eles ajudam a controlar sintomas graves e, em alguns casos, também são eficazes em episódios depressivos.
Antidepressivos
O uso de antidepressivos no transtorno bipolar exige muita cautela. Isso porque eles podem causar o efeito contrário e desencadear uma crise de mania.
Em geral, só são indicados quando há episódios depressivos muito intensos e mesmo assim, quase sempre associados a um estabilizador de humor para evitar esse risco.
Por isso, nunca se automedique com antidepressivos se tiver diagnóstico de bipolaridade.
Remédios para dormir e ansiedade
Durante uma crise, a pessoa pode ter insônia severa ou sintomas de ansiedade muito fortes. Nesses casos, o médico pode prescrever medicações de apoio, como:
- benzodiazepínicos (clonazepam, diazepam)
- zopiclona
- melatonina
Mas esses medicamentos não tratam a bipolaridade diretamente. São usados apenas para ajudar no controle de sintomas pontuais.
Como saber qual é o remédio ideal?
Somente o psiquiatra pode avaliar qual medicação é mais indicada para o seu caso.
A escolha depende do histórico da pessoa, intensidade dos episódios, outras doenças associadas e até do estilo de vida.
É comum precisar ajustar doses ou até trocar o remédio até encontrar a combinação certa.
Efeitos colaterais são comuns no início do tratamento, mas tendem a diminuir com o tempo.
Por isso, é essencial não parar de tomar o medicamento sem orientação médica.
Tratamento não é só remédio
Apesar dos medicamentos serem fundamentais, o tratamento completo da bipolaridade vai além das pílulas. Também inclui:
- psicoterapia (como terapia cognitivo-comportamental)
- psicoeducação sobre o transtorno
- rotina de sono e alimentação
- prática de atividades físicas
- apoio familiar
Quando tudo isso é feito junto, o controle dos sintomas é muito mais eficaz e duradouro.
Nunca se automedique
Tomar remédios sem prescrição pode piorar muito o quadro.
Cada organismo reage de forma diferente e a automedicação pode levar a efeitos perigosos, como crises de mania, intoxicação, sedação excessiva ou dependência química.
Se você ou alguém próximo está com sintomas de bipolaridade, procure um psiquiatra o quanto antes.
O tratamento adequado pode transformar a qualidade de vida e reduzir drasticamente o impacto das crises.
Com acompanhamento médico, apoio psicológico e uso correto dos medicamentos, é possível viver bem com o transtorno bipolar.
Informação e cuidado são os melhores aliados no caminho para o equilíbrio.
Se precisar de ajuda, nossa equipe está pronta para te ouvir com sigilo e acolhimento. Não está sozinho nessa.